Se o problema fosse decidir com que roupa eu vou pro samba que você me convidou seria lindo, mas é bem mais complicado do que isso. O problema está em quem irá nos defender, nós, os Social Media.
Depois de ler o texto do Sollero, no B9, no qual ele fala sobre Social Media não ser uma disciplina, tampouco um departamento, menos ainda um super-poder, eu achei que seria bacana escrever sobre como a falta de uma definição clara sobre quem é o dono da bola pode complicar e muito o trabalho e o dia-a-dia de um profissional que se define como um especialista em Social. Taí mais um motivo pra ler o texto do Sollero, a discussão sobre Social Media enquanto competência somada.
Pois bem, repassando a história que meu LinkedIn guarda pra mim - já que eu não tenho uma memória tão boa - desde que me tornei uma profissional com aval de especialista em Monitoramento e Métricas, as áreas das quais eu fiz parte foram de quase todos os departamentos dentro de uma agência e, sobre cada uma dessas experiências, vou contar um pouco de suas cores e suas dores.
Social Media é da Mídia, claro!
Como o trabalho tinha a ver com o monitoramento de marca, eu nunca entendi como raios eu fui parar na Mídia. Na época, eu nada tinha a ver com métricas, com performance, mas lá eu tive o melhor chefe e a equipe mais dedicada do mundo. Uma pena que essa organização não tenha fluído e que tenha sido desfeita muito rapidamente. Talvez, quando a minha área passasse a entregar resultados de performance, estar perto dos planejadores de mídia teria nos dado a chance de aprender muito.
Junta BI com Criação porque eu quero!
Engraçado se não fosse trágico. E não porque a união dessas duas coisas não fazia sentido, ao contrário, devo ter visto os melhores resultados do meu trabalho a partir do momento em que eu pude interferir direta e positivamente no trabalho de um community, dividindo em primeira mão os louros do seu trabalho, ou dando um toque sobre como otimizar a própria rotina. O problema era estar sob a tutela de uma equipe despreparada pra lidar com uma enorme quantidade de dados e dar o devido valor à parte prática da rotina de um Social BI. Foi a época em que menos pude depender de um direcionamento assertivo pro desenvolvimento do meu trabalho.
Mas se vão falar com o cliente, é Atendimento!
Quero deixar claro que eu só me tornei uma profissional de atendimento muito boa - o que fui descobrir depois - porque aqui eu tive ótimos professores, mas é de se pensar sobre não ser ideal que a mesma área que vende um projeto seja responsável por contar que a maior parte dele não deu certo e fazer disso um tarefa recorrente, né? Se eu pudesse sugerir a alocação de um profissional de Monitoramento e Métricas em algum departamento, este seria o último.
E qual seria o primeiro, então? Pra mim, Planejamento.
Ainda que Social Media seja uma combinação de visão e vivência, mais do que uma disciplina ou um departamento, está em uma galaxia muito distante a incorporação desse conhecimento aos profissionais de comunicação que nasceram e cresceram no offline. É por isso que ainda espero que o trabalho de um profissional de Monitoramento e Métricas seja entregar inteligência pra quem tem como responsabilidade desenhar o caminho que será trilhado projeto, seja ela on ou off. Acredito, inclusive, que a mudança de mindset que se espera para as competências de Social Media serão primeiramente adquiridas por esses profissionais e posteriormente por outros. Questão de estratégia.
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